segunda-feira, fevereiro 21, 2011
Mar Mediterrâneo
O filho de Kadhafi bem pode dirigir ameaças subtis ou apresentar uma versão pessoal do número de vítimas, porém, a revolução é inevitável. Kadhafi e a família podem deslocar a sua tenda para outra paragem que, desta vez, o fim do clã está próximo. A Líbia tem agora pela frente o seu momento, a sua recriação histórica. Resta saber, se saberá criar a oportunidade ou o caos.
Nem nos apercebemos, mas também integramos geograficamente a região do mar no meio de terras. E isso é mais que uma dieta regional. Por este andar, tal é a avalanche de revoluções, vem aí a era da primeira Guerra Fria do Mediterrâneo. Portugal não poderá fingir que não há problema. É como se acordássemos numa bela manhã, e a nossa casa estivesse rodeada dos bairros mais problemáticos da cidade. E sem sabermos o que fazer.
Para os pensadores da geopolítica, institutos de relações internacionais e serviços de informações e segurança, não adianta falar em mundo árabe, porque o planeta é só um: de cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, agnósticos, ateus ou outros. Mundo árabe é relativizar, assegurar-nos que eles têm um problema e nós estamos a salvo. Estamos?
Um Plano Marshall pode ser o princípio para a normalização local e integração global, mas sem esquecermos duas premissas básicas: não estamos no pós-guerra - porque os conflitos (ainda) nem começaram - e a identidade desses estados é distinta da herança judaico-cristã, dessa Europa, terra onde pelo menos, a Tolerância e a
separação Igreja/Estado levam alguns séculos de avanço. Contágio da Revolução de Jasmim, sonho ou pesadelo?
 
Lavrado por diesnox at segunda-feira, fevereiro 21, 2011 | Permalink |


0 Comments: